domingo, 13 de julho de 2014

Negros têm três chances mais de ser vítima de homicídio no Brasil

       
Descrição para cegos: a imagem mostra uma roupa preta de bebê amarrotada, que contrasta com o fundo branco.
Foto: Wanderson Fernandes

      Ao ligar a televisão e sintonizar nos programas policialescos, o número de pessoas negras que aparecem nas matérias é bem maior do que as de outras raças. O problema é o modo de como elas são mostradas, geralmente em cenas de prisões, crimes de modo geral, e vítimas de homicídio.
       A Paraíba é o segundo pior estado no Nordeste e o terceiro no país para pessoas negras viverem. Um estudo realizado pelo o Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas, o IPEA, no ano de 2013, demonstra que a possibilidade de um homem negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes mais do que a de um homem branco, o que leva a expectativa de vida de um homem brasileiro negro ser menos da metade que a de um branco. Para os pesquisadores, um dos principais motivos para esse alto índice de violência contra a comunidade negra são as condições sociais e o racismo.
     O estereótipo construído ao longo dos anos, o qual liga os negros a diversas modalidades de crimes, influencia diretamente nas posturas dos policiais, dos vigias, vigilantes e até mesmo de pessoas comuns. Não é difícil encontrar alguém que já tenha se desviado de uma pessoa negra, ao encontrá-la no caminho, com medo de ser, no mínimo, assaltado.
Mas, o que fazer para se desconstruir esse modo de pensamento impregnado na mente durante tanto tempo?
Creio que o ponto inicial deve ser dado por nós, jornalistas e formadores de opinião. Cabe a nós mostrar que necessitamos de segurança e justiça para todos e não para poucos. O crime independe de raça, gênero e religião. É um problema social e não racial.
Wanderson Fernandes


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