segunda-feira, 27 de março de 2017

Enaltecendo as raízes Potiguaras

Descrição para cegos: Neto Potiguara e Izaías Marcolino sendo entrevistados por uma moça, que está de costas para a foto. Os dois estão em um auditório, vê-se que atrás deles há algumas cadeiras vazias. Os dois estão usando cocar e alguns colares.
Por Annaline Araújo

O grupo de Cultura e Estudos em Turismo (GCET) promoveu uma palestra na UFPB que debateu questões envolvendo o turismo nas aldeias Potiguara, na Baía da Traição, na Paraíba. A mesa foi composta por Gonzaga Júnior, graduado em Ciências Sociais e Mestre em Sociologia; Izaías Marcolino, pajé Potiguara, professor indígena e artesão; Neto Potiguara, vice-coordenador da Organização dos Jovens Indígenas Potiguara da Paraíba; e o fotógrafo Márcio Ramos, que registra imagens do cotidiano Potiguara.  


O mestre Gonzaga Júnior abriu as apresentações falando sobre os desafios e as perspectivas do modo de vida das comunidades tradicionais e o preconceito que os hierarquizam como subdesenvolvidosEle também apresentou alternativas para o desenvolvimento das aldeias, como incentivar o processo de reconhecimento e pertencimento, que, para ele, é fundamental.  
Em seguida, Neto Potiguara falou sobre os estereótipos indígenas e sobre os preconceitos sofridos dentro das instituições de ensino, e como forma de resistência ele afirmou: “Conhecer a minha história me fez reconhecer quem eu sou. Ser índio não está por fora, está no sangue”. E mais na frente concluiu: “Estamos desenvolvendo um papel fundamental dentro das aldeias, a começar pelo incentivo do aprendizado da língua mãe, o Tupí, uma das principais ferramentas que reafirmam e enaltecem as nossas raízes”. 
Izaías Marcolino ressaltou os impactos ambientais e culturais sofrido pelo turismo desorganizado nas aldeias, que não considera o contexto histórico, visa somente o lucro exacerbado em cima da cultura deles e a falta de comprometimento dos turistas para o zelo e o desenvolvimento da cultura indígena. Outro impacto preocupante, segundo ele, tem sido o tráfico de drogas, pelo qual culpa o turismo, “como porta de entrada e que vem alcançando muitos adolescentes indígenas. 
Neto Potiguara salientou a importância da comunhão entre os parentes, a força, a união e a espiritualidade como forma de estimular o respeito e a tolerância, fortalecer a cultura, quebrar barreiras e promover o conhecimento da história indígena.

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